A nanotecnologia apresenta-se como uma das mais promissoras tecnologias ligadas, principalmente, às industrias farmacêuticas e computacionais. Vale considerar que ela traz uma ideologia de benefícios ao mundo, mascarando a sua hegemonia e o seu poder financeiro.
O primeiro obstáculo da nanotecnologia é a sua difícil compreensão por parte da sociedade. Por mais que se tente abordá-la, a falta de conhecimento científico da maior parte da população, não permite uma compreensão cabível. No entanto, quando Galileu disse que a Terra girava em torno do Sol, também foi muito difícil compreender. Hoje compreendemos com mais facilidade e somos capazes, inclusive, de explicar satisfatoriamente.
Mas as dimensões do que é nano e as dimensões da Terra e do Sol são incomparáveis e por isso mesmo, incompatíveis em suas explicações. Sendo assim, torna-se necessário acreditar na nanotecnologia, acreditar no que é falado sobre nanotecnologia e acreditar na importância da nanotecnologia.
Uma vez acreditando na nanotecnologia, pode-se entender a sua função social. A nanotecnologia pode, inclusive, contribuir para a salvação do mundo. No entanto, ciência é diferente de crença, como então, atribuir uma função social à nanotecnologia? A função da igreja já é conhecida em todos os aspectos, mas a da nanotecnologia, não.
Se a ciência é uma construção social, a nanotecnologia tem uma função social que se constroi em diferentes momentos histórico. O momento atual parece apresentar a nanotecnologia, entre outras possibilidades, como o caminho para a cura de doenças. Para a sociedade é melhor que permaneça assim, mas para os estudiosos é melhor que haja uma intensificação nas pesquisas e uma postura ética isenta de interesses econômicos. Se é que isso é possível.
Vânia Lucia de Oliveira