Uma das minhas descobertas ao pesquisar material sobre
semiótica foi a sua aplicação à análise não somente de imagens, mas também de
textos e sistemas como, por exemplo, o citado no artigo “Discursos sobre a Web
2.0 e a educação: uma análise semiótica” de Pereira e Matte, 2010, disponível
em http://www.scielo.br/pdf/tla/v49n1/19.pdf , onde a partir de fontes variadas
o autor analisa as produções sobre a Web 2.0. Nesse contexto, o interessante
foi notar a evolução no que diz respeito ao aprofundamento da interpretação de
signos que refletissem o senso comum da Web 2.0 e a educação, para tanto, o
autor analisa fontes que referenciem a evolução do conceito do ambiente “WWW” e
sua aplicação na educação. Assim, “desconstruindo”
os textos analisados sob a luz da semiótica, pode constatar que apesar da
evolução desse conceito, ainda há um distanciamento dessa realidade para a
prática didática, e apesar da resistência, o professor ainda tem o papel de
mediador, bem como há uma maior reciprocidade por parte do destinatário (aluno).
“Entretanto, é preciso estar atento a mudanças efetivas na prática e não só no
discurso...”
segunda-feira, 25 de junho de 2012
quarta-feira, 13 de junho de 2012
Olá leitores! Tudo bem?
Começo novamente com uma pergunta: o que será que está intrinsecamente sendo representado pela imagem abaixo?! Este é o logotipo oficial da Rio+20!
Será que conseguimos extrair algumas informações aqui presentes?!
Podemos perceber que a imagem reuni a tríade tradicional presente nas discussões sobre desenvolvimento sustentável: preservação do meio ambiente (uma "folhinha verde"), desenvolvimento econômico ("escada azul") e o desenvolvimento social ("um homem de braços abertos em vermelho"). Não precisamos ser um exímio analista semiótico para notarmos a base conceitual desta reunião.
Fica evidente que este encontro está literalmente interessando em encontrar um modelo de desenvolvimento econômico que permita agressões menos danosas ao meio ambiente. Em momento algum a reunião expressa necessidade e vontade em se discutir o MODELO DE DESENVOLVIMENTO.
E este é o problema...
Para terminar, proponho uma discussão: existe diferença conceitual significativa entre as imangens postadas aqui? O que vocês acham? A segunda é a imagem oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.
Começo novamente com uma pergunta: o que será que está intrinsecamente sendo representado pela imagem abaixo?! Este é o logotipo oficial da Rio+20!
Será que conseguimos extrair algumas informações aqui presentes?!
Podemos perceber que a imagem reuni a tríade tradicional presente nas discussões sobre desenvolvimento sustentável: preservação do meio ambiente (uma "folhinha verde"), desenvolvimento econômico ("escada azul") e o desenvolvimento social ("um homem de braços abertos em vermelho"). Não precisamos ser um exímio analista semiótico para notarmos a base conceitual desta reunião.
Fica evidente que este encontro está literalmente interessando em encontrar um modelo de desenvolvimento econômico que permita agressões menos danosas ao meio ambiente. Em momento algum a reunião expressa necessidade e vontade em se discutir o MODELO DE DESENVOLVIMENTO.
E este é o problema...
Para terminar, proponho uma discussão: existe diferença conceitual significativa entre as imangens postadas aqui? O que vocês acham? A segunda é a imagem oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.
Aguardo comentários! Atenciosamente,
Representação! Nosso esforço em compreender e ser compreendido
Olá leitores!
Começo este post com algumas indagações: seria possível entender processos biológicos sem as representações visuais?! Seria possível interpretar resultados não aferindo modelos? Seria possível difundir, compartilhar e até mesmo aprimorar conhecimentos sem conecta-los às devidas representações?!
Confesso que não sei responder. No campo do "achismo" diria que seria muito mais difícil.
Acho que boa parte do conhecimento necessita de determinadas representações para que tenhamos uma "leitura" mais abrangente. Acredito que a necessidade de se representar seja mais indispensável se tratando de uma dimensão micro. E é aqui que encontro maiores barreiras como profissional e com isso, geralmente necessito da utilização de algumas representações tradicionais.
Como trabalhar com alunos temas sobre DNA sem utilizar as representações moleculares tradicionais?!
Difícil não?!
Não basta dizer para o aluno que estas moléculas apresentam a capacidade de se replicar. Não basta dizer que esta função está ligada a transmissão de características, que é uma molécula formada por três diferentes compostos e que apresentam diferentes formas em diferentes fases! Para os alunos, para mim e para uma grande maioria, é preciso "ver!!"
Dá até para brincar um pouco com todo esse conhecimento...
Não é verdade?! rs.
Começo este post com algumas indagações: seria possível entender processos biológicos sem as representações visuais?! Seria possível interpretar resultados não aferindo modelos? Seria possível difundir, compartilhar e até mesmo aprimorar conhecimentos sem conecta-los às devidas representações?!
Confesso que não sei responder. No campo do "achismo" diria que seria muito mais difícil.
Acho que boa parte do conhecimento necessita de determinadas representações para que tenhamos uma "leitura" mais abrangente. Acredito que a necessidade de se representar seja mais indispensável se tratando de uma dimensão micro. E é aqui que encontro maiores barreiras como profissional e com isso, geralmente necessito da utilização de algumas representações tradicionais.
Como trabalhar com alunos temas sobre DNA sem utilizar as representações moleculares tradicionais?!
Difícil não?!
Não basta dizer para o aluno que estas moléculas apresentam a capacidade de se replicar. Não basta dizer que esta função está ligada a transmissão de características, que é uma molécula formada por três diferentes compostos e que apresentam diferentes formas em diferentes fases! Para os alunos, para mim e para uma grande maioria, é preciso "ver!!"
Dá até para brincar um pouco com todo esse conhecimento...
Não é verdade?! rs.
segunda-feira, 11 de junho de 2012
Rio + 20
Perplexa com o que vem sendo preparado para o "Evento do Ano", o Rio + 20. O que vai ser discutido??? SUSTENTABILIDADE? DESENVOLVIMENTO (IN)SUSTENTÁVEL? A tríade Economia, Tecnologia e Socioambiental está mais presente do que a gente imagina, a começar pela organização do evento, de forma segregada: PUC - Ciência / Tecnologia; Barra - Empresários; Forte de Copacabana - Socioambiental. É dessa forma que vamos conseguir atingir o que tanto pregam com os termos adotados pelo capitalismo para justificar o que fazem??? O Fato é, estamos "aplaudindo" um evento que já começa com pensamentos errados até no que tange a organização espacial.
sexta-feira, 8 de junho de 2012
Rio + 20
A Rio + 20 começa dia 13 de junho e será a
quarta reunião sobre Desenvolvimento Sustentável
da história (Estocolmo em 1972, Rio de Janeiro em 1992 e Johannesburgo em 2002).
Apesar de todos os preparativos e da consciência de todos sobre a urgência de
se fazer algo de concreto quanto ao meio ambiente, já pairam os rumores de ser mais
uma tentativa fracassada de firmar acordos que não sairão do papel.
De acordo com Fatoumata Keita-Ouane chefe do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) “a Rio+20 não pode se dar ao
luxo de fracassar. O fracasso significaria a não construção de um marco com
metas alcançáveis para as próximas gerações”.
Esse não parece estar sendo o momento mais
propício para se tratar destas questões já que para os chefes de Estado a crise
econômica e os conflitos como o da Síria parecem ser problemas mais urgentes.
"A
conferência do Rio será difícil, sabemos que há riscos, riscos de que se
pronunciem palavras que não serão cumpridas com atos, o risco da divisão entre
países desenvolvidos, países emergentes, países pobres, o risco de fracasso
porque pode haver outras urgências", disse o presidente francês François
Hollande.
Disponível em: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/hollande-pede-vontade-politica-e-mobilizacao-para-evitar-fracasso-da-rio-20
acesso em 08 de junho de 2012
quinta-feira, 7 de junho de 2012
Des_envolvimento Sustent_hábil
Acabo de criar uma nova nomenclatura para o
Desenvolvimento Sustentável. É preciso, antes de tudo, dar os créditos ao
desmembramento da palavra “desenvolvimento” à querida amiga Luiza Aguiar.
Lembro dela falando nestes termos – falta de envolvimento – em alguma de nossas
aulas do mestrado.
Amplio esta visão ao transformar a
adjetivação sustentável em sustent_hábil. Ou seja: Des_envolvimento Sustent_hábil pode ser
definido como a habilidade de sustentar (ou embasar) a falta de envolvimento.
fonte: http://oglobo.globo.com/infograficos/rio20-locais/
(acessado em 07/06/2012)
O mapa acima ilustra os locais que terão atividades
referentes à Rio+20. Sugiro aos leitores um olhar crítico à imagem. Percebam
que os chefes de Estado estarão reunidos em local afastado dos pontos de maior
concentração de pessoas. Deixo, então, uma pergunta reflexiva: seria apenas uma
ação de proteção à integridade física destes “Senhores de Estado”?
Apresento, na imagem a seguir, minha percepção
acerca deste evento histórico. Acredito que o slogan representa bem o Desenvolvimento Sustentável como paradoxal,
inatingível.
Slogan da Rio+20 com texto adaptado
Finalizo esta postagem com uma análise
semiótica – segundos os moldes de Pierce – simplificada do slogan em destaque.
Esta havia sido elaborada para apresentação em aula da disciplina “Debates
Conceituais em Ensino de Química”, ministrada pelo professor Barroco:
Primeiridade
- Uma imagem (icônica) de uma folha que se liga a uma imagem (icônica) de um homem de braços abertos por meio de uma imagem (simbólica e icônica) de uma escada;
- a folha se apresenta na cor verde, o homem na cor vermelha e a escada que os conecta na cor azul;
- A imagem como um todo tem um formato circular, mas não forma um círculo fechado.
Secundidade
- O homem aparece na parte inferior da escada, enquanto a folha aparece na parte superior da mesma;
- As cores que ilustram a imagem são as cores primárias: vermelho, verde e azul.
Terceiridade
- O slogan da Rio + 20 ilustra o homem de braços abertos para o desenvolvimento/crescimento (ilustrado pela escada a ser subida por ele). Mostra, ainda, que este desenvolvimento o fará alcançar a ecologia (ilustrada pela folha). Trata-se de uma mensagem de que o desenvolvimento (tecnológico) permitirá que o homem descubra novas tecnologias que permitirão que as gerações futuras tenham acesso aos recursos naturais que estão sendo, hoje, explorados;
Verifica-se ainda que as cores primárias podem
estar simbolizando que a união dos três pilares do desenvolvimento sustentável
– sociedade (homens), economia (desenvolvimento) e natureza (meio ambiente) –
produzem a luz (branca). São a base para todas as cores, assim como o
desenvolvimento sustentável deve ser a base para tudo: o caminho da luz. Além
disso, a imagem ilustra que a união dos três símbolos forma um círculo: figura
geométrica perfeita e que simboliza um ciclo contínuo e sem pilares, onde
homem, desenvolvimento e natureza são igualmente importantes.
PS.: Sugiro leitura
do post “Artigo Do Ecodesenvolvimento
ao Desenvolvimento Sustentável: a evolução de um conceito? (Comentários)”. Ele
explicita bem o quão insustentável é a crença neste desenvolvimento.
Acredito, na verdade, no envolvimento total destas nações unidas numa ação de manutenção do globalitarismo. Na busca constante pelo lucro e pelo poder. Acredito, portanto, na habilidade destes "Senhores" de sustentar sua falta de envolvimento com os pobres e o meio ambiente através de estratégias políticas internacionais. E o pior: "nosso Estado que não é nação" será novamente berço destas artimanhas.
Acredito, na verdade, no envolvimento total destas nações unidas numa ação de manutenção do globalitarismo. Na busca constante pelo lucro e pelo poder. Acredito, portanto, na habilidade destes "Senhores" de sustentar sua falta de envolvimento com os pobres e o meio ambiente através de estratégias políticas internacionais. E o pior: "nosso Estado que não é nação" será novamente berço destas artimanhas.
Artigo "Do Ecodesenvolvimento ao Desenvolvimento Sustentável: a evolução de um conceito?" (Comentários)
Layrargues (1997) faz uma crítica ao termo Desenvolvimento Sustentável
(DS) como substituto do termo Ecodesenvolvimento (criado por Maurice Strong e
ampliado por Ignacy Sachs).
O Ecodesenvolvimento (EcoD) seria sinônimo de eficiência
econômica, porém atrelada a uma justiça ambiental e prudência ecológica. Tais
princípios poderiam ser aplicados por meio de uma política solidária de
cooperação na solução de problemas ambientais. Ou seja, estava diretamente
relacionado com o conhecimento e reconhecimento da pluralidade cultural, dos
ecossistemas e das diferentes matrizes tecnológicas. E, o mais importante, era
desprendido das tecnologias como salvadoras dos problemas ambientais e propunha
um limite ao avassalador mercado livre.
Utilizo o adjetivo avassalador, pois a adjetivação livre não
condiz com o mercado instaurado pela globalização. Talvez até seja minimamente
livre pra alguns, mas para a grande maioria dos povos ele se constitui de uma
ferramenta avassaladora (vide a cena do filme “Encontro com Milton Santos”, na
qual pessoas de baixa renda vão ao shopping e encontram mercadorias belíssimas
e a preços absurdamente distantes de sua realidade).
Este mercado, então, na voz da ONU, sugeriu a mudança do termo
Ecodesenvolvimento pela falácia atual: Desenvolvimento Sustentável. Um grande
diferencial deste termo em relação ao primeiro é a transferência da
responsabilidade ambiental para cada indivíduo. Em termos de oratória, torna-se
um discurso démodé, mas bem bonito:
se cada um fizer a sua parte, o todo alcançará melhoria significativa. Fato.
Porém, os impactos ambientais não são causados de maneira igualitária por cada
indivíduo da população mundial. Muito pelo contrário. São as grandes
indústrias/empresas, o agronegócio, etc. que mais consomem água no mundo, por
exemplo. Grandes empresas/empresários e as indústrias diversas devem ter
grandes responsabilidades sociais e ambientais. Não pode ser a mesma que a do
cidadão que nem acesso à água e energia elétrica possui.
Ambos os termos (DS e EcoD) pregam solidariedade diacrônica (com
as gerações futuras). O problema a forma como cada um se propõe a fazê-lo. Percebe-se
hoje, com a busca pelo DS, que o futuro é o futuro. Nunca chegará. Por que não
nos preocupamos em corrigir nossos ataques ao ecossistema hoje, para termos um
amanhã melhor? Na verdade a preocupação é explorar ao máximo hoje. O amanhã não importa.
Outro pilar do termo criticado é a crença na tecnologia como
solução para os problemas ambientais. Se hoje investirmos cada vez mais em
tecnologias, teremos uma ciência capaz de solucionar nossos ataques à natureza.
Quem sabe ela até pára de contra-atacar.
Ou seja, Layrargues (e também o proponente deste post) credita os problemas ambientais
aos detentores de poder de consumo, de recursos e grandes propriedades. Os
pobres não são igualmente vilões nesse ataque à natureza.
O Desenvolvimento Sustentável preza pelo desenvolvimento acima de
tudo e utiliza a adjetivação sustentável como escudo para proteção das
críticas. Ou seja, a ideia é que “todos” tenham acesso aos bens de consumo, às
novas tecnologias, à energia... ou seja: é a lógica (ou ilógica) capitalista.
Portanto, conclui-se que na verdade a questão
ambiental também é uma questão política. Não foi por mera questão linguística
que as grandes nações optaram pela substituição do termo Ecodesenvolvimento pelo
Desenvolvimento Sustentável. Foi uma estratégia muito bem elaborada (e até
abraçada por ambientalistas – por ignorância ou por interesse) com intuito de
manutenção de um sistema: o capitalismo como ele é, visto pelo lado de cá
(analogia ao documentário “Encontro com Milton Santos”).
Referências:
LAYRARGUES, P. P. . DO ECODESENVOLVIMENTO AO
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: EVOLUÇÃO DE UM CONCEITO?. Proposta, Rio de
Janeiro, v. 24, n. 71, p. 1-5, 1997.
Charge: http://marlivieira.blogspot.com.br/2010/09/charges-sustentabilidade-e.html (acessado em 07/06/2012)
terça-feira, 5 de junho de 2012
Super-microscópio mostra HIV ao vivo e em cores
Cientistas franceses criaram um novo microscópio óptico que permitiu pela primeira vez que um HIV fosse observado diretamente com luz visível.
A partir deste mecanismo foi possível visualizar capsídios virais de dimensões de 30 nanômetros. O que representa um enorme avanço para as pesquisas. Estes novos procedimentos permitiram que os cientistas vissem o capsídeos de um HIV-1 sem afetar a capacidade de replicação do vírus.
Desta forma será possível novos estudos que ajudem a desvendar alguns pontos nebulosos referentes a HIV. Testemunharemos, sem a menor dúvida, grandes avanços nos próximos 5 anos.
Simplesmente impressionante!!
À esquerda uma imagem mais geral do HIV-1. À direita, a reconstrução da mesma área feita por computador, mostrando detalhes das estruturas virais.[Imagem: Leleka et al./PNAS]
Abaixo estão os links que referentes ao estudo: reportagem e o artigo científico, produto da pesquisa em questão.
Super-microscópio mostra HIV ao vivo e em cores
http://www.pnas.org/content/109/22/8564.full.pdf
Abraços e boa leitura.
A partir deste mecanismo foi possível visualizar capsídios virais de dimensões de 30 nanômetros. O que representa um enorme avanço para as pesquisas. Estes novos procedimentos permitiram que os cientistas vissem o capsídeos de um HIV-1 sem afetar a capacidade de replicação do vírus.
Desta forma será possível novos estudos que ajudem a desvendar alguns pontos nebulosos referentes a HIV. Testemunharemos, sem a menor dúvida, grandes avanços nos próximos 5 anos.
Simplesmente impressionante!!
À esquerda uma imagem mais geral do HIV-1. À direita, a reconstrução da mesma área feita por computador, mostrando detalhes das estruturas virais.[Imagem: Leleka et al./PNAS]
Abaixo estão os links que referentes ao estudo: reportagem e o artigo científico, produto da pesquisa em questão.
Super-microscópio mostra HIV ao vivo e em cores
http://www.pnas.org/content/109/22/8564.full.pdf
Abraços e boa leitura.
segunda-feira, 4 de junho de 2012
A sustentabilidade na escola
Por Luciana Gomes
A sustentabilidade
pode ser definida como “prover recursos para as próximas gerações”, no sentido
de sustentar, manter as gerações futuras.
Na escola a
sustentabilidade não deve ser trabalhada apenas pelo professor de Ciências, há
uma necessidade transdisciplinar, pois vários aspectos devem ser analisados: o
humano, o social, o econômico e o ambiental. Esses aspectos proporcionam ao aluno a ideia
da complexidade do tema e as conexões entre as áreas de conhecimento - Geografia,
História, Filosofia, Matemática, além da própria Biologia, entre outras.
Apropriando-se dessa
rede de conhecimento entrelaçada, espera-se que o aluno possa desenvolver sua
capacidade crítica sobre a realidade, questionando-a e intervindo nela, extrapolando a visão
higienista que o culpabiliza pelo aquecimento global e “ignora” o questionamento
do modelo vigente hegemônico estabelecido na sociedade capitalista: exploração
do trabalhador, mercantilização de tudo e a proteção à propriedade privada.
As nanopartículas sintéticas estão entre ou dentro de nós?
Por Luciana Gomes
A nanotecnologia
manipula partículas na ordem de 10-9m; isso significa que seu
alcance está em trabalhar com átomos, modificando suas posições e criando novos
materiais, como a película para aumentar a durabilidade das frutas.
Por entre o poro
de uma membrana plasmática de uma típica célula eucarionte acontece a passagem
de substâncias simples como alguns açúcares simples, aminoácidos e algumas substâncias
solúveis em lipídios; pode-se especular,
então, de que pode ocorrer também a difusão de uma nanoparticula sintética,
atravessando o microporo dessa célula! Ao ingerir uma fruta com a película que
aumenta a sua durabilidade, que garantias há de que essa nanopartícula foi
excretada pelo organismo? Ou que garantias a humanidade tem de que as mesmas
não são cumulativas na cadeia alimentar?
Com as questões
levantadas, é urgente, além dos estudos de aplicações das nanoinvenções – para
que se tornem nanoinovações, com divisas “nada nanos” para o nosso país – um conjunto
de pesquisas de impacto ambiental para responder ao menos uma questão: as
nanopartículas sintéticas permanecem dentro de nós?
Educação ambiental: estímulo à consciência crítica além da escola
"A escola tem que fugir do ensino que privilegia a gestão técnica da natureza. Não basta colocar os alunos para reciclar o lixo – é preciso estimular neles a consciência crítica em relação ao consumismo. Ou temos que incentivar a reciclagem para sustentar os modelos dominantes?”
Philippe Pomier Layrargues
Essa frase foi retirada de uma interessante reportagem do O Globo Educação. Uma pena que não é divulgada de forma mais extensiva pela grande mídia.
Lembro que o autor da frase acima escreveu um importente artigo no qual ele resgata a evolução do conceito de Desenvolvimento Sustentável, intitulado de: "Do Ecodesenvolvimento ao Desenvolvimento Sustentável: Evolução do Conceito."
Texto extremamente interessante para a leitura de qualquer cidadão, porém mais relevante ainda para os atuantes na esfera ambiental!
Segue abaixo o link do artigo e da reportagem publicada no dia 02/06/2012:
Abraços e boa leitura...
Sustentabilidade: Um desafio de sociedade
Proponho
primeiramente um pequeno resgate histórico dos termos referentes à sustentabilidade.
Ele foi utilizado pela primeira vez (passível de discussão, mas mundialmente
aceito) pela ex-primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland, em 1987. Na sua
fala fica clara a tentativa de relacionar as questões ambientais com uma política articulada com o chamado "progresso". Olhemos sua definição: "Desenvolvimento sustentável significa
suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras
de suprirem as próprias necessidades".
Faço
esse breve resgate para endossar uma afirmação: nossa visão sobre
sustentabilidade vem sendo deturpada e sistematicamente esvaziada no que tange
outras esferas da sociedade desde o seu início. Nossa visão vem caminhando para a completa
alienação de como avaliar o que é e o que não é sustentável.
Na fala da
ex-ministra acima vale uma pergunta bastante pertinente: Quais seriam essas
necessidades que precisam ser supridas?!
Se conseguirmos responder sem a
citarmos necessidades de mercado, ou seja, necessidades de consumo, estaremos num
caminho que considero o mais adequado. Mas vale uma segunda pergunta?! Quem de nós
será capaz de responder desta forma?! Quem de nós será capaz de responder sem
mencionar as necessidades que o capital nos provoca?!
Esse é o verdadeiro
desafio...
Sustentabilidade: um perigoso nó conceitual
A empregabilidade do conceito de sustentabilidade
pode abranger diversos setores da sociedade. Ao utilizarmos este termo, podemos
estar nos referindo a “sustentabilidade” almejada em esferas sociais, econômicas,
ambientais, políticas e culturais.
Existem hoje várias visões de
sustentabilidade. Diversas interpretações deste mesmo conceito foram elaboradas
de acordo com a área e os objetivos dos estudos desenvolvidos, o que proporcionou
uma ampliação excessiva de seu significado.
É relativamente aceitável que este conceito
necessite realmente de uma abordagem transdisciplinar e holística, porém,
também é perceptível assumir que as ciências disciplinares não
obtiveram o devido sucesso na conceituação e aplicabilidade dos termos referentes
à sustentabilidade. E a partir desta vulnerabilidade, correntes dominantes têm
se aproveitado desta “deriva conceitual” e inserido conceitos e práticas do
capital, práticas competitivas e de produção, ou seja, a sociedade ocidental
vem inserindo visões mercadológicas no que diz respeito à sustentabilidade. E
ao final disto tudo, podemos pagar a uma conta muito cara por não termos
sedimentado tão bem tal conceito. Podemos pagar caro por não debatermos que
tipo de sustentabilidade desejamos.
Química Nova - Nanotecnologia e o meio ambiente: perspectivas e riscos
A nanotecnologia estende a ciência de materiais para o domínio de partículas e interfaces com dimensões extremamente pequenas, da ordem de um a cem nanômetros.
É evidente as importantes melhorias que podemos alcançar com os investimentos nesta área tecnológica. Melhorias e avanços que poderiam ser aplicados nas mais diferentes esferas da sociedade, da saúde, do meio ambiente e etc. Entretanto, tudo que envolve o "novo" precisa ser cercado de cuidados e de estudos que procurem conhecer, minimizar ou até mesmo zerar supostos riscos que envolvam a manipulação e a aplicação desta tecnologia e de seus produtos gerados.
Nesta artigo encontramos uma breve porém interessante reflexão sobre os avanços, aplicações e riscos referentes a tecnologia em questão. Vale a pena conferir...
Química Nova - Nanotecnologia e o meio ambiente: perspectivas e riscos
É evidente as importantes melhorias que podemos alcançar com os investimentos nesta área tecnológica. Melhorias e avanços que poderiam ser aplicados nas mais diferentes esferas da sociedade, da saúde, do meio ambiente e etc. Entretanto, tudo que envolve o "novo" precisa ser cercado de cuidados e de estudos que procurem conhecer, minimizar ou até mesmo zerar supostos riscos que envolvam a manipulação e a aplicação desta tecnologia e de seus produtos gerados.
Nesta artigo encontramos uma breve porém interessante reflexão sobre os avanços, aplicações e riscos referentes a tecnologia em questão. Vale a pena conferir...
Química Nova - Nanotecnologia e o meio ambiente: perspectivas e riscos
sábado, 2 de junho de 2012
Compra, jogar fora, comprar...
É inegável
que a ideia de sustentabilidade, resumidamente garantir recursos para gerações futuras, sofre impactos de toda a
sociedade, mas é notório que o capital se faz ator principal no cenário que se
descortina perante nossos olhos. Um dos fatores que afeta sobremaneira o
comportamento do mercado, da sociedade de consumo, é conhecido por “obsolescência
programada”(ou “planejada”), onde bens de consumo têm sua vida útil
propositalmente diminuída no seu projeto ou produção, de forma a se criar a
necessidade de troca constante de produtos que poderiam ser muito mais
duráveis, mas que se tornam sem utilidade prática ou obsoletos rapidamente.
Caso
emblemático diz respeito às lâmpadas incandescentes, que teriam vida útil muito
maior do que estamos acostumados, há inclusive uma passagem no filme “The Light Bulb Conspiracy” que cita o
fato de existir uma lâmpada incandescente que funciona ininterruptamente desde
1901! Claro, que se todas fossem assim estariam acabando com um mercado
altamente promissor, e dessa forma foram criadas limitações técnicas
intencionais para encurtar sua vida útil.
Se pararmos
pra pensar friamente nesse processo certamente encontraremos dezenas de
exemplos do mesmo tipo. Atualmente já nos deparamos com corporações que se
dizem comprometidas na produção de produtos mais “duráveis”, ainda assim cabe
um questionamento, uma reflexão: será que essa nova postura vem como uma ideia de
preocupação com o ambiente ou é só mais um “plus”
na competição de mercado?
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