segunda-feira, 25 de junho de 2012

Web 2.0, educação e semiótica


Uma das minhas descobertas ao pesquisar material sobre semiótica foi a sua aplicação à análise não somente de imagens, mas também de textos e sistemas como, por exemplo, o citado no artigo “Discursos sobre a Web 2.0 e a educação: uma análise semiótica” de Pereira e Matte, 2010, disponível em http://www.scielo.br/pdf/tla/v49n1/19.pdf , onde a partir de fontes variadas o autor analisa as produções sobre a Web 2.0. Nesse contexto, o interessante foi notar a evolução no que diz respeito ao aprofundamento da interpretação de signos que refletissem o senso comum da Web 2.0 e a educação, para tanto, o autor analisa fontes que referenciem a evolução do conceito do ambiente “WWW” e sua aplicação na educação.  Assim, “desconstruindo” os textos analisados sob a luz da semiótica, pode constatar que apesar da evolução desse conceito, ainda há um distanciamento dessa realidade para a prática didática, e apesar da resistência, o professor ainda tem o papel de mediador, bem como há uma maior reciprocidade por parte do destinatário (aluno). “Entretanto, é preciso estar atento a mudanças efetivas na prática e não só no discurso...”


quarta-feira, 13 de junho de 2012

Olá leitores! Tudo bem?

Começo novamente com uma pergunta: o que será que está intrinsecamente sendo representado pela imagem abaixo?! Este é o logotipo oficial da Rio+20!

Será que conseguimos extrair algumas informações aqui presentes?!

Podemos perceber que a imagem reuni a tríade tradicional presente nas discussões sobre desenvolvimento sustentável: preservação do meio ambiente (uma "folhinha verde"), desenvolvimento econômico ("escada azul") e o desenvolvimento social ("um homem de braços abertos em vermelho"). Não precisamos ser um exímio analista semiótico para notarmos a base conceitual desta reunião.

Fica evidente que este encontro está literalmente interessando em encontrar um modelo de desenvolvimento econômico que permita agressões menos danosas ao meio ambiente. Em momento algum a reunião expressa necessidade e vontade em se discutir o MODELO DE DESENVOLVIMENTO.

E este é o problema...

Para terminar, proponho uma discussão: existe diferença conceitual significativa entre as imangens postadas aqui? O que vocês acham? A segunda é a imagem oficial da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, promovido pelo governo do Estado do Rio de Janeiro.


Aguardo comentários! Atenciosamente,

Representação! Nosso esforço em compreender e ser compreendido

Olá leitores!

Começo este post com algumas indagações: seria possível entender processos biológicos sem as representações visuais?! Seria possível interpretar resultados não aferindo modelos? Seria possível difundir, compartilhar e até mesmo aprimorar conhecimentos sem conecta-los às devidas representações?!

Confesso que não sei responder. No campo do "achismo" diria que seria muito mais difícil.

Acho que boa parte do conhecimento necessita de determinadas representações para que tenhamos uma "leitura" mais abrangente. Acredito que a necessidade de se representar seja mais indispensável se tratando de uma dimensão micro. E é aqui que encontro maiores barreiras como profissional e com isso, geralmente necessito da utilização de algumas representações tradicionais.

Como trabalhar com alunos temas sobre DNA sem utilizar as representações moleculares tradicionais?!

Difícil não?!

Não basta dizer para o aluno que estas moléculas apresentam a capacidade de se replicar. Não basta dizer que esta função está ligada a transmissão de características, que é uma molécula formada por três diferentes compostos e que apresentam diferentes formas em diferentes fases! Para os alunos, para mim e para uma grande maioria, é preciso "ver!!"

Dá até para brincar um pouco com todo esse conhecimento...

Não é verdade?! rs.



segunda-feira, 11 de junho de 2012

Rio + 20

Perplexa com o que vem sendo preparado para o "Evento do Ano", o Rio + 20. O que vai ser discutido??? SUSTENTABILIDADE? DESENVOLVIMENTO (IN)SUSTENTÁVEL? A tríade Economia, Tecnologia e Socioambiental está mais presente do que a gente imagina, a começar pela organização do evento, de forma segregada: PUC - Ciência / Tecnologia; Barra - Empresários; Forte de Copacabana - Socioambiental. É dessa forma que vamos conseguir atingir o que tanto pregam com os termos adotados pelo capitalismo para justificar o que fazem??? O Fato é, estamos "aplaudindo" um evento que já começa com pensamentos errados até no que tange a organização espacial.

sexta-feira, 8 de junho de 2012



Rio + 20

A Rio + 20 começa dia 13 de junho e será a quarta reunião sobre  Desenvolvimento Sustentável da história (Estocolmo em 1972, Rio de Janeiro em 1992 e Johannesburgo em 2002). Apesar de todos os preparativos e da consciência de todos sobre a urgência de se fazer algo de concreto quanto ao meio ambiente, já pairam os rumores de ser mais uma tentativa fracassada de firmar acordos que não sairão do papel.

De acordo com Fatoumata Keita-Ouane chefe do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) “a Rio+20 não pode se dar ao luxo de fracassar. O fracasso significaria a não construção de um marco com metas alcançáveis para as próximas gerações”.

Esse não parece estar sendo o momento mais propício para se tratar destas questões já que para os chefes de Estado a crise econômica e os conflitos como o da Síria parecem ser problemas mais urgentes.

 "A conferência do Rio será difícil, sabemos que há riscos, riscos de que se pronunciem palavras que não serão cumpridas com atos, o risco da divisão entre países desenvolvidos, países emergentes, países pobres, o risco de fracasso porque pode haver outras urgências", disse o presidente francês François Hollande.


acesso em 08 de junho de 2012

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Des_envolvimento Sustent_hábil


Acabo de criar uma nova nomenclatura para o Desenvolvimento Sustentável. É preciso, antes de tudo, dar os créditos ao desmembramento da palavra “desenvolvimento” à querida amiga Luiza Aguiar. Lembro dela falando nestes termos – falta de envolvimento – em alguma de nossas aulas do mestrado.
         Amplio esta visão ao transformar a adjetivação sustentável em sustent_hábil. Ou seja: Des_envolvimento Sustent_hábil pode ser definido como a habilidade de sustentar (ou embasar) a falta de envolvimento.
 fonte: http://oglobo.globo.com/infograficos/rio20-locais/ (acessado em 07/06/2012)

O mapa acima ilustra os locais que terão atividades referentes à Rio+20. Sugiro aos leitores um olhar crítico à imagem. Percebam que os chefes de Estado estarão reunidos em local afastado dos pontos de maior concentração de pessoas. Deixo, então, uma pergunta reflexiva: seria apenas uma ação de proteção à integridade física destes “Senhores de Estado”?
Apresento, na imagem a seguir, minha percepção acerca deste evento histórico. Acredito que o slogan representa bem o Desenvolvimento Sustentável como paradoxal, inatingível.
 
                                     Slogan da Rio+20 com texto adaptado

         Finalizo esta postagem com uma análise semiótica – segundos os moldes de Pierce – simplificada do slogan em destaque. Esta havia sido elaborada para apresentação em aula da disciplina “Debates Conceituais em Ensino de Química”, ministrada pelo professor Barroco:

Primeiridade
  • Uma imagem (icônica) de uma folha que se liga a uma imagem (icônica) de um homem de braços abertos por meio de uma imagem (simbólica e icônica) de uma escada;
  • a folha se apresenta na cor verde, o homem na cor vermelha e a escada que os conecta na cor azul;
  • A imagem como um todo tem um formato circular, mas não forma um círculo fechado.
Secundidade
  • O homem aparece na parte inferior da escada, enquanto a folha aparece na parte superior da mesma;
  • As cores que ilustram a imagem são as cores primárias: vermelho, verde e azul.
Terceiridade
  • O slogan da Rio + 20 ilustra o homem de braços abertos para o desenvolvimento/crescimento (ilustrado pela escada a ser subida por ele). Mostra, ainda, que este desenvolvimento o fará alcançar a ecologia (ilustrada pela folha). Trata-se de uma mensagem de que o desenvolvimento (tecnológico) permitirá que o homem descubra novas tecnologias que permitirão que as gerações futuras tenham acesso aos recursos naturais que estão sendo, hoje, explorados;
     Verifica-se ainda que as cores primárias podem estar simbolizando que a união dos três pilares do desenvolvimento sustentável – sociedade (homens), economia (desenvolvimento) e natureza (meio ambiente) – produzem a luz (branca). São a base para todas as cores, assim como o desenvolvimento sustentável deve ser a base para tudo: o caminho da luz. Além disso, a imagem ilustra que a união dos três símbolos forma um círculo: figura geométrica perfeita e que simboliza um ciclo contínuo e sem pilares, onde homem, desenvolvimento e natureza são igualmente importantes.

PS.: Sugiro leitura do post “Artigo Do Ecodesenvolvimento ao Desenvolvimento Sustentável: a evolução de um conceito? (Comentários)”. Ele explicita bem o quão insustentável é a crença neste desenvolvimento.
     Acredito, na verdade, no envolvimento total destas nações unidas numa ação de manutenção do globalitarismo. Na busca constante pelo lucro e pelo poder. Acredito, portanto, na habilidade destes "Senhores" de sustentar sua falta de envolvimento com os pobres e o meio ambiente através de estratégias políticas internacionais. E o pior: "nosso Estado que não é nação" será novamente berço destas artimanhas.

Artigo "Do Ecodesenvolvimento ao Desenvolvimento Sustentável: a evolução de um conceito?" (Comentários)


Layrargues (1997) faz uma crítica ao termo Desenvolvimento Sustentável (DS) como substituto do termo Ecodesenvolvimento (criado por Maurice Strong e ampliado por Ignacy Sachs).
O Ecodesenvolvimento (EcoD) seria sinônimo de eficiência econômica, porém atrelada a uma justiça ambiental e prudência ecológica. Tais princípios poderiam ser aplicados por meio de uma política solidária de cooperação na solução de problemas ambientais. Ou seja, estava diretamente relacionado com o conhecimento e reconhecimento da pluralidade cultural, dos ecossistemas e das diferentes matrizes tecnológicas. E, o mais importante, era desprendido das tecnologias como salvadoras dos problemas ambientais e propunha um limite ao avassalador mercado livre.
Utilizo o adjetivo avassalador, pois a adjetivação livre não condiz com o mercado instaurado pela globalização. Talvez até seja minimamente livre pra alguns, mas para a grande maioria dos povos ele se constitui de uma ferramenta avassaladora (vide a cena do filme “Encontro com Milton Santos”, na qual pessoas de baixa renda vão ao shopping e encontram mercadorias belíssimas e a preços absurdamente distantes de sua realidade).
Este mercado, então, na voz da ONU, sugeriu a mudança do termo Ecodesenvolvimento pela falácia atual: Desenvolvimento Sustentável. Um grande diferencial deste termo em relação ao primeiro é a transferência da responsabilidade ambiental para cada indivíduo. Em termos de oratória, torna-se um discurso démodé, mas bem bonito: se cada um fizer a sua parte, o todo alcançará melhoria significativa. Fato. Porém, os impactos ambientais não são causados de maneira igualitária por cada indivíduo da população mundial. Muito pelo contrário. São as grandes indústrias/empresas, o agronegócio, etc. que mais consomem água no mundo, por exemplo. Grandes empresas/empresários e as indústrias diversas devem ter grandes responsabilidades sociais e ambientais. Não pode ser a mesma que a do cidadão que nem acesso à água e energia elétrica possui.

Ambos os termos (DS e EcoD) pregam solidariedade diacrônica (com as gerações futuras). O problema a forma como cada um se propõe a fazê-lo. Percebe-se hoje, com a busca pelo DS, que o futuro é o futuro. Nunca chegará. Por que não nos preocupamos em corrigir nossos ataques ao ecossistema hoje, para termos um amanhã melhor? Na verdade a preocupação é explorar ao máximo hoje. O amanhã não importa.
Outro pilar do termo criticado é a crença na tecnologia como solução para os problemas ambientais. Se hoje investirmos cada vez mais em tecnologias, teremos uma ciência capaz de solucionar nossos ataques à natureza. Quem sabe ela até pára de contra-atacar.
Ou seja, Layrargues (e também o proponente deste post) credita os problemas ambientais aos detentores de poder de consumo, de recursos e grandes propriedades. Os pobres não são igualmente vilões nesse ataque à natureza.
O Desenvolvimento Sustentável preza pelo desenvolvimento acima de tudo e utiliza a adjetivação sustentável como escudo para proteção das críticas. Ou seja, a ideia é que “todos” tenham acesso aos bens de consumo, às novas tecnologias, à energia... ou seja: é a lógica (ou ilógica) capitalista.
            Portanto, conclui-se que na verdade a questão ambiental também é uma questão política. Não foi por mera questão linguística que as grandes nações optaram pela substituição do termo Ecodesenvolvimento pelo Desenvolvimento Sustentável. Foi uma estratégia muito bem elaborada (e até abraçada por ambientalistas – por ignorância ou por interesse) com intuito de manutenção de um sistema: o capitalismo como ele é, visto pelo lado de cá (analogia ao documentário “Encontro com Milton Santos”).
 
Referências:
LAYRARGUES, P. P. . DO ECODESENVOLVIMENTO AO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: EVOLUÇÃO DE UM CONCEITO?. Proposta, Rio de Janeiro, v. 24, n. 71, p. 1-5, 1997.
 
Charge: http://marlivieira.blogspot.com.br/2010/09/charges-sustentabilidade-e.html (acessado em 07/06/2012) 

terça-feira, 5 de junho de 2012

Super-microscópio mostra HIV ao vivo e em cores

Cientistas franceses criaram um novo microscópio óptico que permitiu pela primeira vez que um HIV fosse observado diretamente com luz visível. 
A partir deste mecanismo foi possível visualizar capsídios virais de dimensões de 30 nanômetros. O que representa um enorme avanço para as pesquisas. Estes novos procedimentos permitiram que os cientistas vissem  o capsídeos de um HIV-1 sem afetar a capacidade de replicação do vírus. 
Desta forma será possível novos estudos que ajudem a desvendar alguns pontos nebulosos referentes a HIV. Testemunharemos, sem a menor dúvida, grandes avanços nos próximos 5 anos. 
Simplesmente impressionante!!


À esquerda uma imagem mais geral do HIV-1. À direita, a reconstrução da mesma área feita por computador, mostrando detalhes das estruturas virais.[Imagem: Leleka et al./PNAS]






Abaixo estão os links que referentes ao estudo: reportagem e o artigo científico, produto da pesquisa em questão.

Super-microscópio mostra HIV ao vivo e em cores


http://www.pnas.org/content/109/22/8564.full.pdf


Abraços e boa leitura. 

segunda-feira, 4 de junho de 2012


A sustentabilidade na escola

Por Luciana Gomes

A sustentabilidade pode ser definida como “prover recursos para as próximas gerações”, no sentido de sustentar, manter as gerações futuras.

Na escola a sustentabilidade não deve ser trabalhada apenas pelo professor de Ciências, há uma necessidade transdisciplinar, pois vários aspectos devem ser analisados: o humano, o social, o econômico e o ambiental.  Esses aspectos proporcionam ao aluno a ideia da complexidade do tema e as conexões entre as áreas de conhecimento - Geografia, História, Filosofia, Matemática, além da própria Biologia, entre outras.

Apropriando-se dessa rede de conhecimento entrelaçada, espera-se que o aluno possa desenvolver sua capacidade crítica sobre a realidade, questionando-a  e intervindo nela, extrapolando a visão higienista que o culpabiliza pelo aquecimento global e “ignora” o questionamento do modelo vigente hegemônico estabelecido na sociedade capitalista: exploração do trabalhador, mercantilização de tudo e a proteção à propriedade privada.

As nanopartículas sintéticas estão entre ou dentro de nós?

Por Luciana Gomes

A nanotecnologia manipula partículas na ordem de 10-9m; isso significa que seu alcance está em trabalhar com átomos, modificando suas posições e criando novos materiais, como a película para aumentar a durabilidade das frutas.

Por entre o poro de uma membrana plasmática de uma típica célula eucarionte acontece a passagem de substâncias simples como alguns açúcares simples, aminoácidos e algumas substâncias solúveis em lipídios;  pode-se especular, então, de que pode ocorrer também a difusão de uma nanoparticula sintética, atravessando o microporo dessa célula! Ao ingerir uma fruta com a película que aumenta a sua durabilidade, que garantias há de que essa nanopartícula foi excretada pelo organismo? Ou que garantias a humanidade tem de que as mesmas não são cumulativas na cadeia alimentar?

Com as questões levantadas, é urgente, além dos estudos de aplicações das nanoinvenções – para que se tornem nanoinovações, com divisas “nada nanos” para o nosso país – um conjunto de pesquisas de impacto ambiental para responder ao menos uma questão: as nanopartículas sintéticas permanecem dentro de nós?

Educação ambiental: estímulo à consciência crítica além da escola


"A escola tem que fugir do ensino que privilegia a gestão técnica da natureza. Não basta colocar os alunos para reciclar o lixo – é preciso estimular neles a consciência crítica em relação ao consumismo. Ou temos que incentivar a reciclagem para sustentar os modelos dominantes?” 

Philippe Pomier Layrargues



Essa frase foi retirada de uma interessante reportagem do O Globo Educação. Uma pena que não é divulgada de forma mais extensiva pela grande mídia.

Lembro que o autor da frase acima escreveu um importente artigo no qual ele resgata a evolução do conceito de Desenvolvimento Sustentável, intitulado de: "Do Ecodesenvolvimento ao Desenvolvimento Sustentável: Evolução do Conceito."  


Texto extremamente interessante para a leitura de qualquer cidadão, porém mais relevante ainda para os atuantes na esfera ambiental! 




Segue abaixo o link do artigo e da reportagem publicada no dia 02/06/2012:



Abraços e boa leitura...

Sustentabilidade: Um desafio de sociedade


Proponho primeiramente um pequeno resgate histórico dos termos referentes à sustentabilidade. 
Ele foi utilizado pela primeira vez (passível de discussão, mas mundialmente aceito) pela ex-primeira ministra da Noruega, Gro Brundtland, em 1987. Na sua fala fica clara a tentativa de relacionar as questões ambientais com uma política articulada com o chamado "progresso". Olhemos sua definição: "Desenvolvimento sustentável significa suprir as necessidades do presente sem afetar a habilidade das gerações futuras de suprirem as próprias necessidades".
Faço esse breve resgate para endossar uma afirmação: nossa visão sobre sustentabilidade vem sendo deturpada e sistematicamente esvaziada no que tange outras esferas da sociedade desde o seu início. Nossa visão vem caminhando para a completa alienação de como avaliar o que é e o que não é sustentável. 
Na fala da ex-ministra acima vale uma pergunta bastante pertinente: Quais seriam essas necessidades que precisam ser supridas?! 
Se conseguirmos responder sem a citarmos necessidades de mercado, ou seja, necessidades de consumo, estaremos num caminho que considero o mais adequado. Mas vale uma segunda pergunta?! Quem de nós será capaz de responder desta forma?! Quem de nós será capaz de responder sem mencionar as necessidades que o capital nos provoca?! 
Esse é o verdadeiro desafio...

Sustentabilidade: um perigoso nó conceitual


A empregabilidade do conceito de sustentabilidade pode abranger diversos setores da sociedade. Ao utilizarmos este termo, podemos estar nos referindo a “sustentabilidade” almejada em esferas sociais, econômicas, ambientais, políticas e culturais. 
Existem hoje várias visões de sustentabilidade. Diversas interpretações deste mesmo conceito foram elaboradas de acordo com a área e os objetivos dos estudos desenvolvidos, o que proporcionou uma ampliação excessiva de seu significado.
É relativamente aceitável que este conceito necessite realmente de uma abordagem transdisciplinar e holística, porém, também é perceptível assumir que as ciências disciplinares não obtiveram o devido sucesso na conceituação e aplicabilidade dos termos referentes à sustentabilidade. E a partir desta vulnerabilidade, correntes dominantes têm se aproveitado desta “deriva conceitual” e inserido conceitos e práticas do capital, práticas competitivas e de produção, ou seja, a sociedade ocidental vem inserindo visões mercadológicas no que diz respeito à sustentabilidade. E ao final disto tudo, podemos pagar a uma conta muito cara por não termos sedimentado tão bem tal conceito. Podemos pagar caro por não debatermos que tipo de sustentabilidade desejamos.

Química Nova - Nanotecnologia e o meio ambiente: perspectivas e riscos

A nanotecnologia estende a ciência de materiais para o domínio de partículas e interfaces com dimensões extremamente pequenas, da ordem de um a cem nanômetros. 


 É evidente as importantes melhorias que podemos alcançar com os investimentos nesta área tecnológica. Melhorias e avanços que poderiam ser aplicados nas mais diferentes esferas da sociedade, da saúde, do meio ambiente e etc. Entretanto, tudo que envolve o "novo" precisa ser cercado de cuidados e de estudos que procurem conhecer, minimizar ou até mesmo zerar supostos riscos que envolvam a manipulação e a aplicação desta tecnologia e de seus produtos gerados.


Nesta artigo encontramos uma breve porém interessante reflexão sobre os avanços, aplicações e riscos referentes a tecnologia em questão. Vale a pena conferir... 


Química Nova - Nanotecnologia e o meio ambiente: perspectivas e riscos

sábado, 2 de junho de 2012

Compra, jogar fora, comprar...


É inegável que a ideia de sustentabilidade, resumidamente garantir recursos para gerações futuras, sofre impactos de toda a sociedade, mas é notório que o capital se faz ator principal no cenário que se descortina perante nossos olhos. Um dos fatores que afeta sobremaneira o comportamento do mercado, da sociedade de consumo, é conhecido por “obsolescência programada”(ou “planejada”), onde bens de consumo têm sua vida útil propositalmente diminuída no seu projeto ou produção, de forma a se criar a necessidade de troca constante de produtos que poderiam ser muito mais duráveis, mas que se tornam sem utilidade prática ou obsoletos rapidamente.
Caso emblemático diz respeito às lâmpadas incandescentes, que teriam vida útil muito maior do que estamos acostumados, há inclusive uma passagem no filme “The Light Bulb Conspiracy” que cita o fato de existir uma lâmpada incandescente que funciona ininterruptamente desde 1901! Claro, que se todas fossem assim estariam acabando com um mercado altamente promissor, e dessa forma foram criadas limitações técnicas intencionais para encurtar sua vida útil.
Se pararmos pra pensar friamente nesse processo certamente encontraremos dezenas de exemplos do mesmo tipo. Atualmente já nos deparamos com corporações que se dizem comprometidas na produção de produtos mais “duráveis”, ainda assim cabe um questionamento, uma reflexão: será que essa nova postura vem como uma ideia de preocupação com o ambiente ou é só mais um “plus” na competição de mercado?