quinta-feira, 19 de maio de 2011

Debates Conceituais em Ensino de Química

A disciplina "Debates Conceituais em Ensino de Química" abre seu espaço virtual para o diálogo em sintonia com 3 temas norteadores das atividades que estão em curso nos encontros semanais: (i) representação, (ii) sustentabilidade e (iii) nanotecnologia. Você pode conferir nossos debates aqui e deixar seus comentários.

7 comentários:

  1. Olá Barroco e turma,

    Espero que possamos realizar muitos Debates interessantes, neste espaço virtual e no espaço real também.

    abçs
    Bárbara C. Dias

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  2. Oi pessoal!
    O homem tem em sua origem uma angustiosa necessidade de compreender o mundo e, consequentemente compreender-se a si mesmo. Para isso, num processo natural e evolutivo criou símbolos que pudessem expressar seu interior em relação ao externo. A linguagem verbal (= uso de palavras) é um destes símbolos mediadores entre o sujeito e seu objeto de “compreensão”, se é que cabe aqui o uso do termo.
    Segundo o linguista israelense Guy Deutscher: "A linguagem é a maior invenção da humanidade - exceto pelo fato de que nunca foi inventada" (The Unfolding of Language - sem tradução), e nunca foi inventada porque evoluiu paralelamente ao desenvolvimento humano do cérebro de uma maneira quase que inconsciente.
    A orientação formalista em Linguística pressupõe que a faculdade de linguagem humana teria surgido na espécie como resultado de propriedades do cérebro que teriam se desenvolvido por razões que nada têm a ver com a linguagem em si mesma. De acordo com Bizzocchi (http://revistalingua.uol.com.br/textos.asp?codigo=12124), surgiu como “exaptação do cérebro, um desenvolvimento colateral e acidental que não tinha função previamente determinada - até encontrar uma maneira de pensar "desconectada", isto é, em coisas que não estão na nossa frente naquele exato momento.
    O pensamento desconectado é a origem da aptidão simbólica do homem. A partir do momento em que fomos capazes de pensar em coisas ausentes (passadas, futuras, hipotéticas ou abstratas), fomos capazes de representá-las mental e depois simbolicamente”. Ao refletirmos por este caminho compreenderemos a necessidade do homem desenhar nas cavernas.
    Desejo que neste breve e, quiçá equivocado, início de debate, os signos aqui colocados em forma de palavras sejam os mediadores entre nós, alunos, e nosso atual objeto de estudo: a semiótica.
    Abs,
    Rosane Tavares

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  3. Olá Barroco e turma,
    Passei para dar uma espiada, estou engatinhando nesse trem. Espero poder contribuir nos debates daqui pra frente.
    Saudações
    Teresa Cristina Faruolo

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  4. A noção clássica de valência e o limiar da representação estrutural

    Deste artigo, ainda que tratando de uma noção central da Química, depreende-se a busca pelo ineditismo, por parte dos cientistas citados. Depreende-se, também, o uso inicial de termos e representações da Química. O autor, ao expressar “... a aceitação de novos modos de pensar e olhar depende de muitos fatores.” (p. 19), evidencia a fronteira entre o tradicionalmente aceito e a incômoda inovação.

    Roberto C. de S. Pereira.

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  5. Breve histórico dos estudos de semiótica no Brasil
    No Brasil, primeiramente, desenvolveram-se estudos lingüísticos, cujo representante maior foi Joaquim Mattoso Câmara Jr. Sendo, assim, as idéias peirceanas são posteriores às saussureanas.
    A partir dos anos de 1970 do século passado, a PUC-SP começa a estudar, por meio do programa de pós-graduação em Teoria Literária ( atual PPG em Comunicação e Semiótica), os trabalhos do cientista e filósofo Charles Sanders Peirce, possibilitando tamanho prestígio acadêmico a essa universidade nos dias atuais. A interpretação da teoria dos Signos de Peirce dá-se nas aulas de Haroldo de Campos e Décio Pignatari, os primeiros professores do programa.
    O programa foi ampliado interdisciplinarmente, em 1978, sob a sigla COS (pós-graduação em Comunicação e Semiótica). A partir de 1992, surgem os Centros de Pesquisa, sendo o Centro de Estudos Peirceanos um deles, fundado em 1996 por Lúcia Santaella.
    LÚCIA,S. Estudos de Peirce no COS/PUCSP. In: LAURENTZ, S. (Org.) Cadernos da 1ª Jornada do Centro de Estudos Peirceanos. CENEP-COS/ PUC-SP. 1997.

    Roberto C. de S. Pereira

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  6. A prof.ª Lúcia Santaella, inspirando-se na semiótica peirceana, classifica a linguagem verbal em:
    1) formas não-representativas. A ênfase está na aparência da imagem;
    2) figurativas. O centro é o referente;
    3) representativas ou simbólicas. O centro está nas leis que determinam a maneira de serem interpretadas.
    Essa classificação restringe-se às imagens fixas. Ainda de acordo com a prof.ª, o mundo das imagens está dividido em:
    a) domínio das imagens como representações visuais – desenhos, fotografias, etc. Representam nosso meio ambiente visual.
    b) domínio imaterial das imagens em nossa mente – fantasias, imaginações, modelos.
    E acrescenta:
    Não há imagens como representações visuais que não tenham surgido de imagens na mente daqueles que as produziram, do mesmo modo que não há imagens mentais que não tenham alguma origem no mundo concreto dos objetos visuais.
    SANTAELLA, L. Palavra, imagem e enigmas. In: Revista USP – Dossiê Palavra &Imagem, n. 37, dez/1986.
    __________ , Palavra, imagem e enigmas. In: Revista USP, n.16, p. 36-51, Dez/Jan/Fev. 92 – 93.
    __________ e NÔTH, W. Imagem: cognição, semiótica, mídia. 2.ed. São Paulo: Iluminuras, 1999.

    Roberto C. de S. Pereira

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  7. Sustentabilidade (Sustentável + i + dade) X Sustentabilidade (Sustentável + Idade)?
    Por Luciana Gomes
    Pela norma culta a palavra sustentabilidade é assim formada: a palavra “sustentável” mais a incidência da letra “i” e o sufixo “dade”. Este sufixo -dade tem “como origem o sufixo latino -tati e forma substantivos abstratos que designam qualidade, modo de ser, estado e propriedade” (PEZATTI, 1990, p.156).
    No dicionário encontra-se a definição de sustentabilidade como “qualidade de sustentável”; sustentável por sua vez é “que se pode manter, suportável” e “que não envolva riscos ambientais”.
    Com devida liberdade linguística – pois a reflexão do pensamento é libertária, não se prende a regras gramaticais – por que não pode ser Sustentável adicionado da palavra Idade? Ao propor essas duas palavras unidas, sustentabilidade é significada numa nova denotação: “aquilo que não envolve riscos ambientais durante a vida do homem e dos animais”. Dentre as diversas formas de interpretação desse pressuposto neologismo semântico (CABELLO, 1991, p.31) caminham-se para um contraponto: será que a sociedade estabelecida realmente se comporta de maneira a não envolver (ou desenvolver) os riscos ambientais na vida de todos os organismos? Ou se comporta numa sociedade estabelecida que deseja se manter, no intuito de preservar, não os seres vivos, mas o que está sócio-histórico-economicamente instituído? Que tipo sustentabilidade existe e que tipo de sustentabilidade se almeja?

    Referências:
    CABELLO. Processo de formação da gíria brasileira. Alfa, v.35, p.19-53, São Paulo, 1991.
    DICIONÁRIO Online de Português. Disponível em www.dicio.com.br, acesso em 08 de maio de 2012.
    PEZATTI, E. G. A gramática da derivação sufixal: os sufixos formadores de substantivos abstratos. Alfa, v.34, p.153-174, São Paulo, 1990.

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