segunda-feira, 13 de junho de 2011

Estamos em Matrix?

Pensamento em sustentabilidade

A capa da Revista Época da semana passada (Edição: 681) foi: “Agora somos 7 bilhões. Nosso planeta aguenta?”, vem de forma emblemática em uma edição especial, a verde, discutir ou informar o que o homem tem feito ao planeta. Capcioso é sair uma reportagem dessa, quando se comemora o dia mundial do meio ambiente – 05 de junho. Será que é só nessa semana que devemos nos lembrar que a espécie humana, mais do que qualquer outra espécie causa danos e devemos, portanto nos conscientizar?

Considerando que nós, os Homo sapiens estamos aqui a, aproximadamente, 300 mil anos, é assustador a situação agonizante que causamos a Terra nos dois últimos séculos. Desde a primeira Revolução Industrial – estamos na terceira (informática) até os dias atuais, o estilo de vida de alguns, há de se considerar que não são os 7 bilhões que usufruem da modernidade, comodidade e até mesmo, do desperdício, tem causado sérios danos à nossa casa.

Virar eremita também não é a solução, mas um equilíbrio há de ser pensado e buscado, por todos, não estamos na tal da “aldeia global”? Ou é apenas clichê? Por que então, só os ricos usufruem, consomem e poluem, enquanto, aos pobres ficam as mazelas e com os lixos dos outros? No filme Matrix (1999), o Sr Smith diz ao personagem Neo que observa a humanidade a muito tempo e só encontrou uma espécie que vive como nós, os vírus, que destroem o seu ambiente até não restar nada. Estamos evoluindo, de fato, para tal situação?

Não há um planeta Pandora (citando outro filme - Avatar 2009/2010) para irmos (pretensão nossa achar que nos deixariam ir), portanto buscar a sustentabilidade em equilíbrio pode ser a saída para alimentarmos, vestirmos, darmos condições de vida digna a 7 bilhões. Como se o sistema e os que dominam, deixasse.

E no Brasil?

Citando um exemplo. Tem um grupo de pessoas na Região Norte, chamados povos da floresta, formados por seringueiros, castanheiros, ribeirinhos, indígenas, quilombolas, entre outros, assim intitulados por viverem sem os recursos da modernidade e retirarem tudo de que necessitam da natureza. Talvez alguém alternativo do Sul e Sudeste fale: essa gente é que sabe viver. Viver?! Será que foi dada a eles alguma alternativa? Ou, é o instinto de sobrevivência que os fazem agir assim?

A sustentabilidade é possível para os pobres e ricos? É possível para alguém? Francamente, não acho possível no atual quadro e sistema capitalista ao qual estamos tão misturados. Viramos uma quimera com ele, não somos capazes de nos desapegar de tal. Deveria terminar meu comentário com palavras de esperança, mas acredito estarmos como os vírus. E pensar que nos auto intitulamos sapiens que vem de sábio.

Referências:

Revista Época. Agora somos 7 bilhões. Nosso planeta aguenta? Edição 681. 6 de junho de 2011.

Um comentário:

  1. É inegável a adaptação do homem ao ambiente,o fator sobrevivência certamente está além do fator enriquecimento, estar vivo é muito mais importante que ser rico, mas é claro que "estar vivo sendo rico" é mais ainda. A ficção nos permite vivenciar o passado, o presente e o futuro do Homem que pensa desta maneira.Existem ótimos filmes que nos apontam tal direção, mas neles sempre haverão mocinhos que lutrão e resgatarão o que ainda há de melhor no homem conseguindo transmitir a esperança de salvar o mundo.
    Amo o texto literário... Ele é mais realista, mais verdadeiro que os filmes,resgata em nós a reflexão, lida com o fictício nos levando para o real, para dentro de nós.
    Amo Graciliano Ramos, quando em Vidas Secas, no sertão brasileiro em meio à seca e à fome nos leva a refletir junto com o personagem principal sobre o que é "ser Homem".
    Amo Manuel Bandeira quando em seu poema O Bicho nos coloca como bichos diante da fome, da necessidade e da solidão.
    Amo Drummond quando em seu enorme poema Eu Etiqueta define o homem imergido na sociedade de consumo não mais como um alguém, mas uma Coisa, diz ele:Meu nome novo é Coisa.
    Eu sou a Coisa, coisamente.
    Textos tão antigos, mas tão atuais...
    Otimista, pessimista ou realista? A que se propõe o texto literário?
    A quem se propõe a ciência?
    A literatura ousa atuar como vidente?
    À ciência pertence o futuro?
    Muitas perguntas, muitas respostas, nenhuma reflexão...
    Ah,a Ciência!!!
    Ah, a Literatura!!!

    ResponderExcluir