Outro dia, durante
uma aula sobre modelos atômicos, fui questionado por uma aluna: “Professor, mas
isso existe mesmo?”. Num documentário superinteressante, “Einstein – Muito Além
da Relatividade”, pude perceber que Einstein respeitava os estudos, atuais na
época, que tratavam das questões probabilísticas das partículas subatômicas. Contudo,
o mito da física se mostrava certo de que, com o avançar da ciência, seria
possível determinar/descrever precisamente quaisquer fenômenos deste universo
micro. Hoje, a ideia de dualidade da (semi)matéria está ainda mais consolidada.
E o princípio da incerteza de Heisenberg, 85 anos depois de sua explanação,
permanece coerente.
De fato, é mais fácil
ensinar a velocidade de um bloco ou de um carro (mundo macro) do que a
velocidade de um fóton ou um elétron! É por isso que o tema “Representação”
está tão intimamente ligado à química. Por exemplo: ao ensinar as funções da
Química Orgânica, é interessante apresentar a vitamina C para nossos alunos.
Não devemos aproximar a disciplina da realidade dos mesmos? Assim o fazemos!
Todos vocês, que estão lendo esta postagem agora, concordarão que é muito
natural o aluno perguntar se “isso” existe mesmo. Sejamos honestos: ele nunca
viu essa “coisa”! A vitamina C que ele vê tem formato de comprimido efervescente.
Já o carro... esse ele está sempre vendo. Vê, ainda, que o velocímetro mostra
aquela mesma velocidade que o professor de física comentou na aula. Já a velocidade
do elétron, citada pelo professor de química, está tão longe, tão longe... que
fica mais perto da mentira do que da realidade do estudante.
Querem saber o
que penso a respeito? Como não ouço a resposta, prefiro acreditar que querem.
Penso que a química é ainda mais legal por conta disso! Penso que precisamos
estimular essa curiosidade em nossos alunos. Devemos deixar claro que os
símbolos utilizados por essa bela ciência estão postos para tentar representar
a realidade. Devemos estimulá-los a ativarem sua criatividade para enxergar os
átomos, as moléculas e as reações químicas nessas “coisas” que têm a função de
representação simbólica, não indicial. Querem uma sugestão de como fazê-lo?
Agora lhes darei o livre arbítrio de lerem (ou não) minha próxima postagem,
pois vou sugerir que façam o que fiz para responder minha aluna questionadora.
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