(Uma) Avaliação Semiótica da logo da Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+ 20)
Por Luciana Gomes
O logotipo da Rio+20, à primeira análise, representa um círculo que não
está contínuo, composto por uma folha verde na porção superior, com uma escada
azul no meio e uma pessoa de braços abertos, de cor vermelha, na porção inferior.
Segundo a análise em secundidade e terceiridade de Peirce, a imagem
produz um significado rumo a uma complexidade porque este ganha uma vertente
subjetiva e abstrata: a imagem representa o homem e natureza na dualidade
semelhante ao yin e yang da filosofia oriental que, na
cultura ocidental, é equivocadamente explicado como o yin sendo a passividade e o yang
sendo a atividade.
O fato do círculo não ser contínuo representa quebra, reforçada também
pela ”escada” situada entre o ser humano e a natureza, como uma cisão entre os
dois. A escada é a ação racional do
homem (escada como uma produção artificial, antrópica) que passa pelo veio
econômico, que pode ser analisado como o ser humano indo ao encontro da
natureza e esse alcance ao ambiente ocorre unicamente pelo caminho econômico (“tecnologia
para a salvação da natureza” é campanha do Desenvolvimento Sustentável).
Essa é a grandiosidade do signo: a começar pela sua primeiridade que
não é a mesma para todos, acontece sua polissemia, pois depende da visão de
mundo do representante, suas concepções e idiossincrasias para entende-lo e revelá-lo.
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