quinta-feira, 17 de maio de 2012


 (Uma) Avaliação Semiótica da logo da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (RIO+ 20)

Por Luciana Gomes

O logotipo da Rio+20, à primeira análise, representa um círculo que não está contínuo, composto por uma folha verde na porção superior, com uma escada azul no meio e uma pessoa de braços abertos, de cor vermelha,  na porção inferior. 

Segundo a análise em secundidade e terceiridade de Peirce, a imagem produz um significado rumo a uma complexidade porque este ganha uma vertente subjetiva e abstrata: a imagem representa o homem e natureza na dualidade semelhante ao yin e yang da filosofia oriental que, na cultura ocidental, é equivocadamente explicado como o yin sendo a passividade e o yang sendo a atividade.

O fato do círculo não ser contínuo representa quebra, reforçada também pela ”escada” situada entre o ser humano e a natureza, como uma cisão entre os dois.  A escada é a ação racional do homem (escada como uma produção artificial, antrópica) que passa pelo veio econômico, que pode ser analisado como o ser humano indo ao encontro da natureza e esse alcance ao ambiente ocorre unicamente pelo caminho econômico (“tecnologia para a salvação da natureza” é campanha do Desenvolvimento Sustentável).

Essa é a grandiosidade do signo: a começar pela sua primeiridade que não é a mesma para todos, acontece sua polissemia, pois depende da visão de mundo do representante, suas concepções e idiossincrasias para  entende-lo e revelá-lo.

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