Sugiro leitura prévia do post NANOTECNOLOGIA: LADO A.
As inúmeras vantagens e possibilidades
inovadoras do uso da nanotecnologia têm encantado a comunidade
científico-tecnológica. Contudo, as pessoas ainda estão um pouco desacreditados
de que estamos vivendo uma era de materialização daquela (antes) ficção
científica que víamos apenas em filmes. Estamos sim! Nanopartículas possuem uma
área superficial muito grande e, geralmente, apresentam propriedades mecânicas,
ópticas ou químicas distintas de partículas e superfícies macroscópicas. Suas
virtudes já foram bem exemplificadas no post
LADO A.
Tudo isso é muito bonito. O problema é que as
pessoas – e aqui vale a especificação de que essas pessoas são, na verdade, as
grandes empresas investidoras dessa tecnologia – não estão dando a devida importância
para os possíveis riscos provenientes desta inovação tecnológica. Belíssimas
propagandas são veiculadas com intuito de difundir os benefícios, mas contarei
pra vocês porque eles não divulgam os malefícios: sabia que vocês pensariam que
eu diria que eles só querem vender seus produtos e lucrar com isso! Pois é,
enganaram-se (em parte). Na verdade eles nem sabem quais são os malefícios. Não
sabem, não querem saber e têm raiva de quem sabe! Agora sim: para quê
investirão milhões para descobrir os motivos para não lucrar milhões? Não vale
a pena.
Fato é que, mesmo sem (ou com poucos) estudos que
definam os males desta nova ciência, nossos conhecimentos já consolidados nos
permitem imaginar (e com bastante coerência) que os resíduos nanotecnológicos (“nanolixo”)
se espalharão pela biosfera (pelos mares, pelos solos, pelos ares...) e não serão
fáceis de serem encontrados/recolhidos. Eu ousaria dizer que será impossível encontrá-los,
mas como estou vivendo uma era que seria impossível de ser vivida, não me
atreverei a fazê-lo.
Nanorobôs injetadas na corrente sanguínea do homem
para matar um vírus indesejado ou células cancerígenas serão eternamente
benéficas a ele? Seu tamanho facilita sua entrada em células vivas também. E se
forem excretados pelo homem, serão despejados nos esgotos/rios? E o novo lixo
eletrônico, proveniente de máquinas que envelhecerão, o que se fará com ele?
Estas perguntas ainda carecem de respostas.
“A contaminação do meio ambiente por nanomateriais
com grande área superficial, boa resistência mecânica e atividade catalítica
pode resultar na concentração de compostos tóxicos na superfície das
nanopartículas, com posterior transporte no meio ambiente ou acúmulo ao longo
da cadeia alimentar; na adsorção de biomoléculas, com consequente interferência
em processos biológicos in vivo; numa maior resistência à degradação
(portanto, maior persistência no meio ambiente) e em catálise de reações
químicas indesejáveis no meio ambiente.” (Quina, 2004)
Conclusão: a nanotecnologia é o mais
novo inimigo da humanidade. Não! Apenas devemos explorar mais, em todos os aspectos,
os saberes que envolvem essa tecnologia. Não podemos nos limitar aos seus efeitos
mercadológicos. São apenas estes que norteiam as pesquisas das grandes empresas
do mundo. É assim que o “globaritarismo” (termo criado pelo intelectual
brasileiro Milton Santos) segue ditando as regras da nossa sociedade ocidental.
Sou a favor das novas descobertas, da busca por elas. Porém, temos que fazê-lo
com responsabilidade social e ambiental. Mas isso já é polêmica para outra
postagem.
Fontes:
http://www.fundacentro.gov.br/conteudo.asp?D=NANO&C=1697&menuAberme=1523
(imagem copiada com extração de seus textos: acessado em 01/06/2012)
QUINA,
F. H. . Nanotecnologia e o Meio Ambiente: Perspectivas e Riscos. Química Nova,
v. 27, n. 6, p. 1028-1029, 2004.
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